México

Altitude da capital 2 250 m
PIB/capita 8 201 USD
População 127 540 423
Território 1 964 375 km2

Introdução

«O México é um país rico com muita pobreza»

Em 2018, o México tinha uma população de 126 milhões e um produto interno bruto de 1 223 trilhões de dólares americanos. O México forma parte dos países de renda média-alta e no índice do desenvolvimento humano das Nações Unidas (2018), o país está na 74ª posição em nível mundial. Portanto, o México é considerado um país com um alto grau de desenvolvimento em termos da expectativa de vida, nível educacional e padrão de vida. No entanto, um coeficiente de Gini de 43,3% (2016) põe em evidência a grande desigualdade de renda.

Geração do produto interno bruto do México em 2017
Agricultura, silvicultura e pesca
3,6 %
Mineração e abastecimento energético
6,7 %
Indústria de transformação
18,2 %
Construção
7,7 %
Comércio no atacado e varejo e setor de hospitalidade
22,5 %
Transporte, logística e comunicação
8,4 %
Outros serviços
32,9 %
United Nations Statistics Division (2019a)
Em 2017, os setores do atacado e varejo e da hospitalidade contribuíram com 22,5% do produto interno bruto mexicano. Em seguida vem a indústria de transformação (18,2%) e o setor de transporte, logística e comunicação (8,4%), construção (7,7%) e mineração e energia (6,7%). Esses números provam que, comparado com outros países da América Latina, a indústria de transformação e o setor das matérias-primas têm grande importância para México. Em contrapartida, o setor agropecuário tem uma relevância relativamente menor (3,6%).

A taxa mexicana de importações e exportações de 80,3% em 2018 destaca a forte integração do país no comércio internacional. No mesmo ano, as importações somaram cerca de 503 bilhões de dólares americanos e as exportações alcançaram 480 bilhões. Além disso, com um total de 486 bilhões de dólares americanos em 2018, o país é um destino atrativo para os investimentos estrangeiros diretos.

Participação dos bens de exportação mais importantes no total das exportações mexicanas no ano 2018
Automóveis e peças de veículos
25,6 %
Eletrônica
15,5 %
Maquinários
9,9 %
Eletrotécnica
9,7 %
Alimentos
5,9 %
Outros
33,4 %
GTAI (2019)
Em 2018, os automóveis e peças de veículos tinham uma participação do 25,6% das exportações mexicanas, seguido pela eletrônica (15,5%), maquinários (9,9%), eletrotécnica (9,7%) e alimentos (5,9%). Os números demonstram que a indústria de transformação é de grande importância para as exportações do México.

Apesar do desenvolvimento econômico positivo nos últimos anos, o México ainda enfrenta grandes desafios sociais e ambientais. O índice de percepção da corrupção (CPI) da Transparency International (2018) coloca ao México na 138ª posição de 180 países, percebido como um dos países americanos mais corruptos.

Segundo o Human Rights Watch, no México com frequência ocorrem violações maciças dos direitos humanos. Tratam-se de acusações de uso excessivo da violência, execuções extrajudiciais e torturas realizadas pelas forças de segurança, e observa-se uma impunidade sistemática e contínua dos agressores. Jornalistas que investigam o crime organizado ou problemas graves em instituições estatais são atacados, assediados e forçados à autocensura. O Repórteres sem Fronteiras informa que, em 2018, cinco jornalistas foram assassinados no desempenho da sua atividade profissional e, no que diz respeito à liberdade de imprensa, o México está na 144ª posição de 180 países.

Segundo estatísticas da UN Environment Statistics Database, há coleta de lixo urbano para 90% da população (2006) e cerca de 5% dos resíduos é reciclado (2013); 98,3% da população tem acesso à água potável (2015), observa-se certa desigualdade entre as zonas urbanas e rurais (urbana 99,5%; rural 93,7%). Porém, chama a atenção que a minoria da população (42,6%) tem acesso a fontes de água potável seguras. 71% da população está conectada a uma rede de esgoto (2010). A emissão de CO2 per capita mexicana em 2014 chegou a 3,9 toneladas, número abaixo da média mundial de 5 toneladas, mas acima do valor médio na América Latina de 3,1 toneladas.

A seguir, apresentam-se exemplos de desafios de diferentes empresas nas áreas de direitos humanos/condições trabalhistas, meio ambiente e corrupção. Além disso, descreve-se como as empresas mexicanas tentam cumprir com sua responsabilidade empresarial nessas áreas.

Direitos humanos

Direitos humanos

«Na responsabilidade empresarial, não deve existir o copyright»

Um fenômeno mexicano bastante generalizado são os chamados pseudosindicatos, ou sindicatos de proteção. Eles negociam com as empresas os contratos de protección (contratos de proteção da paz empresarial). Esses contratos muitas vezes são acordos de favores referentes aos salários e contribuições sociais e que não cumprem os requerimentos mínimos e afastam os sindicatos independentes e democráticos das empresas. Por trás dos sindicatos de proteção, muitas vezes há indivíduos que, como pessoa física, são donos dos contratos coletivos e os podem herdá-lo hereditariamente. Os contratos de proteção geralmente estabelecem-se sem conhecimento e aprovação dos trabalhadores. O sindicato de proteção representa os empregados da empresa, mesmo que não sejam membros do sindicato. Quem não quiser ser representado pelo sindicato de proteção, automaticamente perde seu emprego. Muitas vezes as empresas financiam diretamente os sindicatos, transferindo uma parte da despesa salarial ao sindicato.

Muitas empresas internacionais, já na primeira fase do investimento, antes de contratar o primeiro trabalhador, negociam um contrato de proteção com um pseudosindicato. Em contrapartida, também há empresas internacionais que admitem sindicatos independentes e democráticos. Pelo menos em teoria, esses deveriam lutar com mais força pelos direitos dos trabalhadores. Na prática isto nem sempre se dá, fato que se deve à falta de competência e organização insuficiente dos sindicatos.

Karen Hudlet
Entrevista com Karen Hudlet
Meio ambiente

Meio ambiente

«No longo prazo, o barato sai caro»

A reciclagem sistemática de produtos e materiais usados ainda é relativamente pouco praticada no México. Nos últimos anos, várias empresas estabeleceram programas de reciclagem para reutilizar papel, embalagens ou garrafas de água. Para fomentar a participação dos empregados no programa de reciclagem e, ao mesmo tempo, melhorar o ambiente de trabalho, uma multinacional organiza vários concursos durante o ano. Num concurso, por exemplo, a equipe que recolher o maior número de garrafas de água ganha um almoço. As equipes formam-se com quatro a cinco colaboradores de diferentes áreas da empresa. Isso permite que os colaboradores reciclem e, ao mesmo tempo, cooperem e se comuniquem com as diversas áreas da empresa. Nesse tipo de ações, esses coletam sacos de embalagens, que a empresa doa para uma organização sem fins lucrativos, que fabrica bolsas e outros produtos artesanais com o material descartado.

Arturo Alonso
Entrevista com Arturo Alonso
Corrupção

Corrupção

«A corrupção é um câncer no México»

A corrupção está muito presente no México. Empresas e organizações internacionais devem dar dinheiro às escondidas ao carteiro para receber suas cartas de maneira confiável e aos lixeiros para que de fato recolham o lixo. Os vendedores de rua devem subornar os polícias diariamente para poder vender seus produtos. As pequenas e médias empresas (PME) no setor formal também enfrentam a corrupção. Precisam de muitas licenças e autorizações obtidas por meios corruptos. Mas as PMEs também se sentem prejudicadas devido à constante falta de concorrência justa. Por exemplo, existe o fenômeno das empresas fictícias, que só se constituem para receber contratos ilicitamente. Estas empresas, por exemplo, têm só alguns dias de existência e recebem contratos de milhões de dólares, sem dispor do pessoal qualificado, etc.

Até poucos anos atrás, a luta contra a corrupção praticamente não interessava às empresas. Elas acreditavam que a corrupção era um problema do governo. Hoje é diferente. Várias associações empresariais lutam ativamente contra a corrupção e empresas privadas financiam atividades anticorrupção. Geralmente, as empresas não gostam de se expor publicamente, porque querem evitar a confrontação com o governo do qual dependem, por exemplo, para a obtenção de contratos públicos.

Na luta contra a corrupção, parte dos empresários organizados uniram-se a outros atores de sociedade civil. A ação coletiva, com a ajuda do primeiro plebiscito da história mexicana, resultou no endurecimento da legislação anticorrupção no nível federal.

Augusto Martínez
Entrevista com Augusto Martínez

Conclusão

Dr. Christian Hauser
Vídeo de conclusão Dr. Christian Hauser

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